José "Pepe" Mujica, o ex-presidente do Uruguai, tinha uma visão bastante particular e, por vezes, contundente sobre a guerra na Ucrânia, marcada por sua experiência de vida e sua filosofia política. Ele expressou que a guerra é uma "loucura" e algo "ao pedo" (sem sentido), e que "o que fez Putin é uma barbaridade".
Aqui estão os pontos principais de sua perspectiva:
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Condenação da Invasão Russa, mas com Ressalvas: Mujica não poupava críticas à invasão russa, chegando a chamar Vladimir Putin de "filho da..." em uma entrevista. Ele via a ação como um "zarpazo imperial" e uma "barbaridade". No entanto, ele também argumentava que a guerra poderia ter sido evitada e que houve falhas na capacidade de negociação por parte do Ocidente, especialmente em relação à expansão da OTAN. Ele mencionava que "a Europa perdeu a personalidade" e que a "guerra de cachorros" na Ucrânia poderia ter sido evitada há 15 anos.
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Crítica à Escalada Militar e ao Perigo Nuclear: Ele demonstrava grande preocupação com a escalada militar e o risco de um conflito nuclear. Para Mujica, quando há perigo atômico, "não há outro caminho que não seja uma negociação política inteligente". Ele alertava que a persistência no conflito poderia levar a uma "guerra atômica" que não teria vencedores nem vencidos.
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Necessidade de Negociação e Diálogo: Mujica sempre defendeu a importância da negociação para pôr fim à guerra. Ele sugeria que, para a paz, "Rússia se tem que ir", mas que isso deveria ser feito "negociando". Ele apontava que a Rússia pediria "segurança na fronteira" e que uma possível solução seria uma "fronteira desarmada dos dois lados", como a Coreia. Ele acreditava que em toda guerra, "o primeiro que morre é a verdade e o segundo é o raciocínio".
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Visão de um Conflito com Raízes Históricas e Geopolíticas: Para Mujica, o conflito na Ucrânia não era um evento isolado, mas parte de uma dinâmica mais ampla de busca por dominação. Ele mencionou a história e a geografia, e que as potências deveriam ter medido o impacto de suas ações, como a instalação de "foguetinhos na fronteira" russa. Ele via a China como a "grande triunfadora perigosamente" porque a guerra "empurra a Rússia para o outro lado".
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Preocupação com o Sofrimento Humano e a Propaganda: Ele lamentava o sofrimento do povo e a propagação da "propaganda de guerra", que ele acreditava ser uma das primeiras vítimas em qualquer conflito. Ele reconhecia a criminalidade de um lado, mas também apontava que a guerra cria um "cueva de fanatismo" e que "não tenho dúvida que há criminalidade de um lado mas também do outro".
Em resumo, Pepe Mujica via a guerra na Ucrânia como uma tragédia com implicações globais, criticando tanto a agressão russa quanto a falta de capacidade de negociação e a política de escalada por parte do Ocidente. Ele defendia a busca urgente por uma solução negociada, que levasse em conta a segurança de todas as partes e evitasse a catástrofe nuclear.
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